3.1 Escavação e Destinação final
A escavação compreende a remoção física do solo contaminado por LNAPL ou resíduos oleosos, seguida da disposição e tratamento adequado do material escavado. Essa técnica é frequentemente empregada como uma ação inicial para remover a contaminação de forma parcial, principalmente para a eliminação de hot-spots, podendo ser combinada com técnicas complementares, visando a redução da massa de LNAPL. Para a aplicação da técnica, é necessário identificar e delimitar a área contaminada, determinar os tipos de solos escavados e avaliar a necessidade de tratamento, reutilização ou disposição dos resíduos.
A técnica é aplicável para a remoção de toda a gama de grupos de contaminantes, incluindo o LNAPL em fase livre, residual e adsorvida. Além disso, pode ser empregada tanto na zona vadosa quanto na zona saturada, contanto que, neste último caso, o meio poroso seja composto por solos argilosos ou siltosos.
Exemplo esquemático da escavação e destinação temporária.
Escavação e Destinação Final – Ficha técnica
Tecnologia | Nomenclatura | Escavação e Destinação Final |
Sinônimos | – | |
Nomenclatura em inglês | Excavation, dig-and-haul | |
Processo de remediação | Estratégia de remediação | A = Remoção de massa. |
Zona de contaminação | Zona saturada e insaturada. | |
Fases do LNAPL | Fase livre, residual e adsorvida. | |
Duração | A duração desse processo varia muito, dependendo de fatores como volume e acessibilidade dos meios contaminados, disponibilidade e logística do transporte de resíduos, capacidade diária nas instalações de recebimento e condições climáticas. Geralmente, a remoção e descarte ocorre durante semanas ou meses, sendo determinada pelo tamanho do local, complexidade e exigência das escavações. | |
Aplicações | Aplicáveis a toda a gama de grupos de contaminantes; O tipo de contaminante e sua concentração afetarão os requisitos de descarte fora do local. | |
Vantagens | Custo relativamente baixo; Tempo de execução relativamente curto; As métricas de avaliação da eficiência de remoção são simples; Aplicável a um amplo espectro de resíduos adsorvidos no solo; A tecnologia é frequentemente utilizada por ser uma das formas mais rápidas de lidar com altos níveis de contaminação que representam um risco imediato para as pessoas ou para o meio ambiente; Pode ser combinado com outras técnicas de remediação in situ ou on site. | |
Limitações | Determinadas infraestruturas podem precisar ser removidas ou protegidas; Os contaminantes precisam ser acessíveis aos equipamentos de escavação; Pode ser necessário o tratamento da água recuperada; O processo deve atender aos requisitos de saúde e segurança para os trabalhadores no local e para a população fora do local; Uso de equipamentos grandes e pesados e a necessidade de espaços livres em ambos os lados da escavação; Durante as operações, podem ocorrer distúrbios ao entorno, como emissões de voláteis, de poeira, odores, ruídos e poluição visual; Produção de poeira ou vapores (COV) na manipulação do solo; Transporte de volumes expressivos de material contaminado por distâncias elevadas, aumentando o custo e o risco. | |
Requisitos de aplicação | Taxa de escavação | Irá depender dos seguintes fatores: Tipo de materiais que estão sendo escavados; Técnica de escavação escolhida; Tipo de solo; Restrições de acesso ao local; Estruturas subterrâneas ou sensíveis; Requisitos de desaguamento e controle de inclinação; Número e tamanho de escavadeiras e carregadeiras; Número de caminhões em operação. |
Contaminantes | Tipo de contaminante e sua concentração terão impacto nos requisitos de destinação; É necessária a caracterização do solo conforme ditado pelas restrições de destinação (incluindo a disposição final em aterros); A maioria dos resíduos perigosos deve ser tratada atendendo às normas ambientais antes da disposição final. | |
Critérios para avaliação | As principais preocupações estão relacionadas ao uso de energia, distúrbios na comunidade e segurança durante a escavação. Como por exemplo, deve-se levar em consideração o transporte em vias públicas e a disposição dos resíduos da escavação; Devem ser consideradas as eficiências das rotas de destinação subsequentes, além dos riscos futuros em caso de disposição final do material escavado em aterros industriais; Necessidade de caracterização detalhada da extensão lateral e vertical para permitir o dimensionamento preciso e abrangente dos impactos no local e do volume de material a ser removido, manuseado e destinado; Necessidade de amostragem e análise para caracterizar o fluxo de resíduos e demonstrar o cumprimento das restrições de disposição de solo. | |
Custos | Fatores de influência | Infraestrutura existente (por exemplo, edifícios, pavimento e serviços públicos) na área de escavação devem ser removidas ou protegidas; Grau em que as águas pluviais entram nas áreas de escavação e armazenamento pode aumentar o teor de água no solo e, portanto, os custos de transporte e disposição do material escavado; Grau em que o material deve ser segregado e/ou caracterizado durante a escavação no local; Quantidade necessária de amostragem de solo para verificação de concentrações; Clima do local, devido às limitações sazonais, impacta a forma de implementação da tecnologia; Tipo e quantidade de preenchimento necessário com material de empréstimo após a escavação para restauração da área; Complexidade da restauração do local; Possível necessidade de escavação e aterramento sequencial para gerir as águas subterrâneas que entram na escavação através de conexões de maior permeabilidade e minimizar a escavação a céu aberto; Quantidade de solo a ser escavado, transportado e destinado, além da rota de destinação selecionada. |
Operação e manutenção | Operação e manutenção no local podem ser necessárias após a escavação, por exemplo, tratamento da água subterrânea contaminada decorrente de uma fonte removida; Para demonstrar a eficiência do processo, é necessária a realização de amostragens e análises das laterais e fundos de cava; Manutenção de sistemas de contenção, de drenagem, rebaixamento e recomposição de solo das cavas. | |
Referências | (CRC CARE, 2018; ITRC, 2018c; FRTR, 2020; U.S. EPA, 2021). |