Rema

Seleção de técnicas de remediação

4.3 Encadeamento e combinação de tecnologias

Uma estratégia de remediação eficaz requer o uso otimizado de tecnologias que maximizem a remoção de LNAPL, reduzindo custos e esforços, ao mesmo tempo em que garantem o cumprimento das metas de remediação até o encerramento do caso. No passado, era comum adotar uma única tecnologia para lidar com fontes ou plumas dissolvidas. Contudo, a experiência demonstrou que essa abordagem frequentemente não é eficaz. Com foco no objetivo de encerramento do caso, os projetos de remediação devem prever o sequenciamento ou combinação das tecnologias considerando os diferentes estágios do ciclo de vida da remediação e seus objetivos globais. 

O uso de múltiplas tecnologias exige um planejamento mais detalhado e abrangente, considerando a evolução do cenário de contaminação a cada mudança na estratégia de remediação e, consequentemente, no modelo conceitual. A seleção, o sequenciamento ou a combinação dessas tecnologias devem ser definidos apenas após a clara definição dos objetivos das ações corretivas, sempre em conformidade com as diretrizes regulatórias. A combinação de diferentes tecnologias pode ser uma solução eficaz para aproveitar os pontos fortes de cada técnica, mantendo o foco no encerramento do caso.

O encadeamento de tecnologias pode ser temporal, onde a aplicação de cada técnica é realizada após a eficiência ou meta específica ter sido atingida, ou espacialmente, em diferentes porções da área contaminada. Em geral, a tecnologia mais “agressiva” (ex.:MPE, P&T, barreira hidráulica etc.) é aplicada primeiro para conter ou remover LNAPLacima da saturação residual, seguida por tecnologias de mudança de fase/composição (SVE, biorremediação etc.) e, finalmente, NSZD ou ANM

Exemplo esquemático do encadeamento de técnicas de remediação.

Exemplos de combinações de técnicas de remediação

TecnologiasDescriçãoExemplo de cenário de contaminação
Injeção de vapor+SVEO vapor é injetado na zona de LNAPL para vaporizá-lo e mobilizá-lo. O LNAPL é então recuperado por extração de vapores do solo (SVE) e tratado.LNAPL presente na zona insaturada com solo de grãos médios a grossos.
Aquecimento por resistência elétrica+SVEA temperatura do LNAPL presente na zona vadosa aumenta devido ao aquecimento por resistência elétrica. O LNAPL é então volatilizado e mobilizado. O vapor é removido por meio da extração de vapores do solo (SVE) e tratado.LNAPL voláteis e semivoláteis presentes na zona vadosa com solo de grãos finos e grossos.
Aplicação de surfatante ou cossolvente + Bombeamento e tratamentoSurfatantes ou cossolventes são injetados na zona contaminada. A água subterrânea contaminada é então recuperada, tratada e reutilizada para aumentar a viabilidade econômica da tecnologia.LNAPL voláteis e semivoláteis, contaminantes com baixa capacidade de sorção e alta solubilidade presentes na zona vadosa e/ou saturada, com solo arenoso e relativamente homogêneo.
Aquecimento por condução térmica+Bombeamento e tratamentoO aquecimento reduz a viscosidade da fase livre e aumenta a migração do contaminante da zona não saturada para o poço de bombeamento. Assim, o LNAPL e a água subterrânea contaminada são recuperados simultaneamente.LNAPL de baixa viscosidade e baixa capacidade de sorção, presentes na zona saturada com formações de moderada à alta permeabilidade.
Barreiras de contenção hidráulica + Bombeamento e tratamentoA barreira de contenção física evita que o LNAPL e a pluma migrem até a água subterrânea, o solo adjacente e/ou receptores potenciais. Por meio do bombeamento e tratamento, a água já contaminada e/ou fase livre de LNAPL são bombeadas e tratadas.Grupos de contaminantes que possuem alta solubilidade em água.

O processo de NSZD merece destaque, pois pode ocorrer simultaneamente com outras técnicas, e suas taxas podem ser utilizadas para avaliar o desempenho de outra remediação ativa. A Figura abaixo apresenta gráficos teóricos comparando a contaminação de um local ao longo do tempo considerando e não considerando a ação do NSZD (DIMARZIO; ZIMBRON, 2019).

Gráficos comparativos da contaminação de um local ao longo do tempo  (A) não considerando a ação do NSZD  (B) considerando a ação do NSZD. 
Fonte: Adaptado de DIMARZIO & ZIMBRON (2019).
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